Coisas de UTI
Cá estamos e daqui a pouco vamos embora. Deus quer.
O tempo passa e uma intimidade é criada com o perigo.
Coisa de acúmulo de experiências e conhecimentos.
Já venho para o hospital com ou sem malas prontas, sabendo se vai internar ou não.
Sei se devo esperar em casa um, dois ou três dias para vir.
Sempre ligo o botão da dúvida, para saber se a prepotência está me conduzindo.
Os exames então são feitos e confirmam uma permanência necessária, porém estável.
Quase nada aqui me incomoda mais. Consigo dormir, tem boa comida, profissionais solícitos e amigáveis.
E sei que aqui se salva uma vida.
Posso ouvir histórias de vida de todos os tipos e aprender mais.
Posso ver pais recém-nascidos inaugurando uma jornada com tantos medos e muitas vitórias, hora a hora.
Posso conhecer familias com longas caminhadas já feitas, na mesma zona de conforto desconfortável que eu.
Tem até parte engraçada: na copa dos pais, entre uma conversa e outra, acontece certa disputa de quem já sofreu mais. Algo assim.
Existe vaidade até na doença. Somos demais.
E vejo Renan. Quase doze anos, também com seu semblante de quem é experiente nisso.
Não liga para formigas doceiras ou atômicas (como chamo picadas leves ou pesadas).
Gosta das conversas de médicos e enfermeiros e sorri, como num bom passeio.
Ele mesmo sabe, ainda em casa, que precisa de ajuda.
E me mostra, e me fala.
E eu faço as malas.
O tempo passa e uma intimidade é criada com o perigo.
Coisa de acúmulo de experiências e conhecimentos.
Já venho para o hospital com ou sem malas prontas, sabendo se vai internar ou não.
Sei se devo esperar em casa um, dois ou três dias para vir.
Sempre ligo o botão da dúvida, para saber se a prepotência está me conduzindo.
Os exames então são feitos e confirmam uma permanência necessária, porém estável.
Quase nada aqui me incomoda mais. Consigo dormir, tem boa comida, profissionais solícitos e amigáveis.
E sei que aqui se salva uma vida.
Posso ouvir histórias de vida de todos os tipos e aprender mais.
Posso ver pais recém-nascidos inaugurando uma jornada com tantos medos e muitas vitórias, hora a hora.
Posso conhecer familias com longas caminhadas já feitas, na mesma zona de conforto desconfortável que eu.
Tem até parte engraçada: na copa dos pais, entre uma conversa e outra, acontece certa disputa de quem já sofreu mais. Algo assim.
Existe vaidade até na doença. Somos demais.
E vejo Renan. Quase doze anos, também com seu semblante de quem é experiente nisso.
Não liga para formigas doceiras ou atômicas (como chamo picadas leves ou pesadas).
Gosta das conversas de médicos e enfermeiros e sorri, como num bom passeio.
Ele mesmo sabe, ainda em casa, que precisa de ajuda.
E me mostra, e me fala.
E eu faço as malas.
Ludmila Barros 🔗 @ludmilapb
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