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Mostrando postagens de maio, 2022

Ser mãe - Filho com deficiência - Diagnóstico

Ser mãe - Filho com deficiência - Diagnóstico Meu primeiro e único filho nasceu em 2011 e como já contei aqui , uma gravidez perfeita e parto cesariana super tranquilo. Fomos para casa felizes da vida aprender a sermos familia . Os meses passaram e chegou a hora da mamãe aqui voltar a trabalhar no emprego que tinha há quase doze anos. Licença maternidade e férias me deram mais de meio ano para inaugurar a maternidade, conhecer meu pequeno e ficar segura para deixá-lo em uma boa escolinha que escolhi com todo carinho. Estava realmente feliz com tudo. Nunca tinha o visto com outros bebês e também nunca tive contato com crianças em minha vida até ali. Filha caçula em minha familia, morando em cidade sem parentes e poucos amigos de convivência pelos meus pais, fizeram com que não tivesse referências de desenvolvimento infantil . Claro que fizemos o acompanhamento médico com pediatra corretamente desde o nascimento e em nenhum momento recebemos alertas, a não ser na consulta de prim

Vídeo game - Cheiro de infância

Vídeo game - Cheiro de infância  Do Atari ao Nintendo Wii. Essa foi minha humilde trajetória. Teriam outros aparelhos modernos para me atualizar, mas me bastou o último para matar uma saudade gostosa de interagir com a infância. Quem lembra do luxo de ter um vídeo game Atari na década de 80 ? Embora uma familia simples, meus pais se esforçavam muito para presentes bem legais em aniversários, dia das crianças e Natais. Então chegou o grande dia de ganhar um Atari! Uau! Consigo sentir a ansiedade de cada amanhecer quando lembrava que poderia jogar, que o aparelho estava lá na sala me esperando. E quando ganhava um novo jogo então? Empolgação renovada para superar as fases e acumular pontos. Não me lembro de nomes oficiais, mas lembro de jogos como come come , laçar burrinho, corridas de carro, atirar em missões espaciais e náuticas, jogos de tênis, futebol... Como era bom! E o sabor da tecnologia era especial, pois era uma novidade tão diferente!  Na verdade entendo que as conquistas

Ser mãe - Parto

Ser mãe - Parto Meu filho nasceu em 2011 quando eu tinha trinta anos de idade e como dizem em larga escala hoje em dia, nasceu ali também uma mãe . Gravidez absolutamente tranquila, exames normais e eu toda plena já tinha feito meu ensaio sensual. Sim, tenho certa vergonha do meu álbum de gestante. Acho ainda hoje que exagerei na roupa íntima. Na véspera do nascimento dormimos no chão da sala do nosso primeiro apartamento recém comprado e reformado, saindo ainda o cheiro de tinta que deixava tudo bem lindo para a chegada do nosso Renan e pelos cálculos, no retorno do hospital já estaria devidamente sem cheiro. Bem cedo o despertador tocou e estava com os pés inchados , algo que nunca tinha visto até então. Achei bonito isso, pareceu entendimento do corpo sobre o dia do parto , mesmo que fosse cesárea. Pegamos minha mãe no caminho e já no hospital encontramos os padrinhos que foram nos desejar bençãos.  Estava muito tranquila, certamente no colo do Pai por tamanha improbabilidade de

Sessão de Terapia 3

Sessão de Terapia 3 Foi uma semana intensa até chegar no próximo sábado, dia vinte e um de maio. Eu estava bem emotiva para essa sessão e desejava ainda mais que chegasse logo. Tive duas noites seguidas sem dormir devido a dois exames que meu filho fez. Bom, nem tanto pelo cansaço mental e físico, mas pela tensão dos motivos desses exames e espera dos resultados. O que estaria por vir. Medos Coloquei pra fora meus medos ... Medo da forma que perderei meu filho. Essa certeza é estranha talvez, mas a síndrome que nasceu com ele infelizmente traz esse cenário de inversão da ordem natural da vida. Eu bem provavelmente perderei meu filho. Ele bem provavelnmente partirá antes de mim. E esses exames foram justamente para mensurar algumas pioras que vem acontecendo no último ano. Pioras essas que direcionam para a finitude da vida. Não que esteja em fase terminal, não, não é isso. Mas é um declínio que liga o alerta. Apesar da síndrome, até esse um ano atrás era vida normal de um cadeiran

Ser mulher - Desabafo

Ser mulher - Desabafo Deus me perdoe, mas ser mulher é difícil pra cara-ca. Falarei por mim, na primeira pessoa, para que não invada os achados da cabeça de ninguém e também pensando no universo do relacionamento amoroso, mas cabe em diversos cenários. Saber da beleza de ser mulher é lindo. Manter o ritmo de ser mulher é que parece não ser fácil.  Quero falar das partes chatas mesmo, como desabafo. Saiba que conheço e valorizo o belo no feminino. Começo pelo desgastante lidar com assédios desde a infância. O sexo oposto é implacável em seus desejos até mesmo com crianças. E não é só com aqueles que assediam própria e pontual ou doentemente.  Por ser mulher sempre tive que ter pudores, cuidados e pisar em ovos para que não sugerisse algo a mais. E pior, mesmo com toda essa merda de precaução ainda sofri diversos momentos constrangedores. Amizades, ponto de ônibus, trabalho... todo lugar é lugar pra isso. Só aqui já bastaria, mas não, tem muito mais. Em seguida me vem à mente a submissã

Muito prazer!

Muito prazer! Olá! Como vai? Esse é um blog pessoal , cheio de sinceridade. Verá aqui minhas reflexões sobre tudo que amo ou não. Nada de bandeiras ou doutrinar pessoas. Mãe de filho com deficiência e esposa em construção.  Amo escrever e aqui é meu cantinho para praticar. Um blog para quem ama café , escrita , leitura , ar livre, animais, outras coisas e refletir um cadinho. Sou Ludmila Barros, já passei dos quarenta, moro em Belo Horizonte/MG, meu filho  pré adolescente tem um irmão canino chamado Álvin.  Sou casada há mais de vinte anos, pasmem, com o mesmo marido. Caçula de três irmãos, nascida e criada em Ipatinga/MG, onde morei até meus trinta e três anos. Uma infância simples, sem faltas.  O sustento da familia sempre foi de um bar que funcionou por muito trabalho dos meus pais . Bar que me ensinou muito. Gostos Apaixonada por café mas não viciada. Se pudesse teria um sítio só para ter quantos animais quisesse.  Não consigo ler mais de um livro por vez, mas devoro todos

Sem Papas - de onde vem?

Sem Papas - de onde vem? Queria um espaço livre para escrever de tudo e da forma que quisesse, sem as censuras feitas pelos algorítimos das redes sociais. Escrever e trocar, é claro. Trocar com aqueles que chegarem aqui e quiserem tomar um café . Porque conversar sobre algo significa tomar café, não é mesmo? Então pensei num blog . E no nome do blog. Foi rápido: Sem Papas . Já ouviu falar na expressão né? Sem papas na língua . Se sim e se não, sabe a origem dela? Pois eu não sabia e fui pesquisar no Senhor Google . Eis o que é: "Papas é uma espécie de tumor que surge na língua de algumas galinhas, obstruindo o cacarejo e impedindo a galinha de emitir sons. Quando não há papas, a língua fica livre, então a galinha pode cacarejar. Por causa disso, a gíria “sem papas na língua” passou a ser usada a quem não tem filtro para falar nada." Por  https://www.dicionariopopular.com/sem-papas-na-lingua/ Então fechou! A ideia ganhou nome! Bora conversar sem papas! Ludmila Barros - 🔗 @

Sessão de Terapia 2

Sessão de Terapia 2 Dia quatorze de maio, estava ansiosa pelo novo encontro com minha confidente . Parece até ilusório, mas a semana passou mais leve, com as poucas falas que ela proferiu ecoando em minha mente , mudando o rumo das emoções e descentralizando o foco .  A exposição de tantos sentimentos também aliviou, deixando um gostinho de quero mais. Crenças limitantes Uma vida de reservas só pode não dar em boa coisa. Reservas que aconteceram por tantos motivos! A forma que aprendi a lidar com as emoções, a reagir e racionalizar o extrapolamento de palavras, atitudes e gestos. Vem de tantos lugares...  Da genética, dos exemplos familiares, da sociedade das décadas de oitenta e noventa, de uma personalidade formada então. Estava mais tranquila nessa sessão e não diria mais à vontade porque já fiquei na primeira. Tranquilidade maior talvez pelo copo um pouco menos cheio. Amar como der A moral da vez foi: existem muitas formas de amar e demonstrar amor. Cada pessoa oferece da form

Sessão de Terapia 1

Sessão de Terapia 1 No dia sete de maio fui eu para o consultório : arrumei um pouquinho, peguei a bolsa, fones de ouvido, conferi o carregamento da bateria do celular, peguei a chave do carro e encontrei o lugar perfeito: o estacionamento do MCDonald's.  Divã-carro Sim, decidi que as sessões virtuais de terapia seriam feitas dentro do carro, num lugar seguro e isento de qualquer tipo de interrupção. De quebra, me daria de presente um sorvete todo sábado. Essas interrupções, para alguém que é tão ligada em tudo, poderiam ser mínimos barulhos em casa, alguma entrada por acidente do marido no cômodo onde eu estivesse em sessão ou algo assim, se é que me entende. Claro que a sensação de total privacidade talvez seja o principal motivo. Sentir que está falando coisas nunca ditas e que não serão indevidamente ouvidas. Chorar também no mesmo sigilo. Fiquei satisfeita com meu escritório. Passa pela minha cabeça que talvez com o andar da carruagem, as abóboras se ajeitem e eu chegue a f