Minha Terapia
Sempre acreditei que todas as pessoas precisam de terapia, afinal o autoconhecimento pode aliviar pressões, promover mudança de rota e fazer sofrer menos.
Mesmo assim não me permiti essa experiência anteriormente e as desculpas são algo como a rotina intensa com um filho que tem deficiência nos últimos dez anos e a falta de coragem mesmo, porque sim, pra mim envolve superar dificuldade de exposição dos sentimentos.
Engraçado que a maior dificuldade é com quem convivo, dificuldade de expor o que sinto, mas com uma profisisonal não, e essa primeira foi trava para procurar tal recurso. Coisas da mente. Coisas que gosto de observar e assimilar.
Sou extremamente observadora de tudo, de dentro e de fora. Crítica também nas mesmas esferas. Tenho dificuldade em focar nos problemas e consequentemente muito direcionada à solução. Por vezes eu mesma me avalio no limite da frieza e me incomoda.
Gosto tanto de buscar soluções que gosto até dos problemas alheios para ajudar a resolver. Fala sério. Tara por quebra-cabeças? Nos últimos dois anos policio esse impulso e já não gasto tanta energia com questões que não me pertencem, até porque percebi mais de uma vez que estava mais interessada que o próprio tutor do impasse.
Bem, 41 anos de vida, 21 anos de casamento e um filho com deficiência rara há 10 anos são suficientes para procurar um psicólogo não é mesmo? Além disso todo o meu jeitinho ariano de ser, somado a genética e convivência com pais que reforçaram a natureza. Resultado: uma mente cansada, exigente e triste.
E não sei ser triste. Minha fé em Deus fica me cutucando com dedos rígidos quando não me sinto grata, o que me faz sacudir a cabeça como se quisesse espantar um pensamento ruim pelo solavanco, na tentativa de mais uma vez agradecer pelas inúmeras bençãos e sorrir. Mas isso não vinha funcionando muito bem.
Certamente os quase três anos de isolamento rigoroso pela pandemia devido à gravidade das repercursões que teria a COVID em meu filho, contribuiram para intensificar reações, sentimentos e cansaço sobre questões que ficavam camufladas em dias de normalidade com muito mais movimentos e convivências.
O casamento por si só vem sendo desafiador. Se você é casado deve saber do que digo. Mesmo em convivências felizes há muito a ceder e conceder por ambos numa relação. Nunca é fácil mas nem sempre é tão desgastante. As personalidades imbutidas dentro das quatro paredes fazem toda diferença no resultado da conta e por aqui essas são danadas.
Então com essa mente exaurida, com o corpo gritando os efeitos adversos e sedenta por falar, marquei com a psicóloga. Nosso encontro virtual ficou marcado para todo sábado à tarde.
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