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Mostrando postagens de junho, 2022

Sofrimento é necessário, permanecer nele é perigoso

Sofrimento é necessário, permanecer nele é perigoso São tantos os motivos para sofrer que acontecem pela vida . Perda de alguém, de emprego, de saúde, de animais... Viver o luto (há quem não concorde com a aplicação desse termo) de cada momento desse é vital , faz parte do humano e da construção de aprendizados . A questão é: como cada um lida com suas perdas? Cada um é cada um. Uma bagagem. Uma gestação, uma carga genética, uma infância, coisas que viu e ouviu durante o crescimento, a maneira de absorver padrões do mundo, espiritualidade e tanto mais que trazemos na mala da vida. Seja seu maior crítico! Quanta facilidade temos em sermos autocríticos? Mas de verdade. Olhar para as incapacidades e se inquietar para melhorar. Será que não existe grande facilidade em ver e fingir que está tudo em ordem? Bem mais cômodo, né? Mas a vida passa rápido! E essa inércia só te deixa parado esperando novos momentos difíceis a enfrentar com aquele mesmo jeitinho lamuriante de ser. Aquele jeit

Ser mãe - Minha dedicação exclusiva

Ser mãe - Minha dedicação exclusiva Conversamos um pouco sobre dedicação exclusiva na maternidade, no post "Ser mãe - Dedicação exclusiva" . Hoje quero contar sobre a minha escolha. Por envolver filho com deficiência pode até parecer que não se compara de forma alguma a qualquer maternidade , mas você verá que os detalhes podem ser os mesmos. Para saber detalhes sobre a trajetória até o diagnóstico , você pode ler o post " Ser mãe - Filho com deficiência - Diagnóstico " Vivi dois momentos bem diferentes sobre essa tomada de decisão. Uma enquanto estava tudo bem e outra no oposto. Lá atrás, há quase onze anos, meu Renan nascia e como já contei, fruto de gravidez maravilhosamente normal e parto por cesariana completamente dentro do esperado. Ele foi bem avaliado pelo pediatra e fomos para casa felizes. Eu já era casada há dez anos, estávamos num bom momento do relacionamento, tínhamos acabado de comprar e reformar um lindo apartamento. Nosso falecido cachorro Eddie

Sessão de terapia 5

Sessão de terapia 5 Após duas semanas, tivemos nossa quinta sessão de terapia e matei a saudade que estava de desembrulhar minhas emoções e sentimentos . Café espresso bem tomado e pain au chocolat (croissant com chocolate) bem comido, pronto, começamos a conversa no meu divã car . Pratiquei a tarefa de atenção plena a cada dia que passou, por cinco minutos, focando em cada detalhe de momentos variados: banho no filho, arrumando a casa, lavando louça. Incrível perceber o quanto a mente está agitada.  Esse exercício realça o quanto é possível evoluir , ter mente mais calma, aumentar equilíbrio emocional e valorizar mínimas coisas. Conquistas de coisas que talvez já foram minhas com mais autoridade e que ao longo do tempo achei que ainda as tinha, mas era ilusão. A mente anda agitada demais, orações quase nunca são concluídas. O emocional antes leve e paciente, hoje cheio de razões e conclusões exigentes de mim e do outro. A gratidão antes tão celular, hoje superficial. A atenção p

Ser mãe - Dedicação exclusiva - Geral

Ser mãe - Dedicação exclusiva - Geral Um dilema que antes não existia. Antes, há muito tempo mesmo. As mulheres possuem cérebro com anatomia e funcionamento diferentes dos homens , segundo a ciência e conforme mencionado no livro "Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?" de Allan e Barbara Pease. A natureza humana é muito clara desde as cavernas, mas nossa inteligência só foi capaz de evoluir nas conquistas sem perceber o preço delas. Uma moeda que se tornou cara demais. Querer que homens sejam como mulheres e mulheres sejam como homens vem trazendo efeitos na sociedade como uma cobra sorrateira. Homens e mulheres iguais: essa foi e é a bandeira que por fim acho que vive a meio mastro representando a realidade das fêmeas. Veja bem, não digo que evolução não deva existir. Só tenho avaliado profunda e pessoalmente minhas próprias queixas como mulher e as respostas que venho encontrando é que era pra ser tudo muito simples, mas escolhemos complicar. Evoluir com

Novas necessidades - Novos recursos - Novos medos - Novas superações

Novas necessidades - Novos recursos - Novos medos - Novas superações  Começo a escrever sentada na espera de uma consulta do Renan com pneumologista . Complicações respiratórias de rotina eram grande receio que tinha comigo. Era como se não tê-las, significasse que tudo estivesse bem demais. A síndrome de Leigh na verdade já é muito clara para os pais que a conhecem. Ela diz: "Tudo pode piorar de um dia pro outro".  Esse tudo pode ser tudo mesmo: funções cardíacas, renais, pulmonares e todas as outras. Respirar sozinho para mim sempre foi um trunfo, como eu convencendo a mim mesma: "Olha só! Ele respira sozinho! Podemos fazer o que quisermos!". Uma crença que me fez bem, me fez agir e não ligar para as limitações de não andar, falar ou comer. Eis que no meio da pandemia, Renan teve uma complicação também nada desejada. Uma enorme escoliose se instalou. Um "s" na coluna. Mesmo com tantos cuidados e prevenções. Essa deformidade é temida justamente por

Zé - Meu melhor amigo de infância

Zé - Meu melhor amigo de infância Meu melhor amigo de infância faz setenta anos hoje. Eu tenho quarenta e um. Fazendo contas que nunca fiz antes, minhas memórias dessa amizade são a partir dos meus seis anos e ele tinha então trinta e cinco, já casado com filhos rapazes. Eu morava com minha familia numa avenida comercial e praticamente só tínhamos nós em uma residência por lá. José Maria, meu Zé, era um dos vários frequentadores do nosso bar, que os alimentava e sustentava nossas vidas. Meus pais se revezavam arduamente para fazer funcionar diariamente, entre compras de supermercado, produção de bebidas quentes e salgados desde as quatro da manhã até a noite acabar. Era muito trabalho. Minha mãe ainda sozinha dava conta da casa e pasme: ela não tinha máquina de lavar roupas! Isso me causa verdadeiro espanto ao lembrar. A carência Éramos cinco, três filhos, eu a caçula. A diferença de idade de quase dez anos para meus irmãos fazia com que não tivessem lá tanto prazer em brincar com um

Sessão de Terapia 4

  Sessão de Terapia 4 Essa sessão foi adiada por uma semana por compromissos que tomaram conta do final de semana. Foi o suficiente para sentir falta desse momento de descarrego . Porque é essa a sensação que tenho, de aliviar coisas acumuladas, de me livrar magicamente de ombros pesados só por falar sobre elas. Por fim então foram duas semanas até essa conversa. Semanas mais amenas do que os últimos anos. Desde nosso primeiro encontro foi nítida a mudança de digamos, energia no dia a dia. Comentei hoje sobre isso: o quanto vem me impressionando o poder da fala.  Tem sido uma experiência nova, o que faz concluir que não falo muito, pelo menos sobre minhas emoções . O cérebro ouve Ouvi a explicação que quando falamos, o cérebro entende que aquela questão está sendo resolvida. Olha que legal! Ele, o cérebro , não precisa saber o que está sendo dito como solução, mas basta para ele saber que o assunto está sendo mencionado ou tratado.  Ouvir a si mesmo faz isso. Sensacional! Estou m