Filho com deficiência: coisa boa
Tem algumas coisas que penso serem coisas boas de ter um filho com deficiência.
Tirando a parte espiritual, de benção ou herança de mim.
Uma delas é que ele provavelmente terá vinte anos e tiraremos fotos assim.
Mesmo com sua percepção de mundo que o levaria a se distanciar dos pais achando que já cresceu muito pra isso.
Sua lesão cerebral, sua dependência total sempre o deixarão à mercê do amor.
Ele sabe que já é grande. Tem seus pudores.
Mas sorte a dele e minha, o vínculo sem rupturas que sua condição favorece, faz querer e se entregar ao colo.
Esteja com dores, com músculos rígidos, com febre.
Esteja como for, ao ser aninhado assim nos braços e no peito, ele parece chegar ao paraíso.
E eu também.
Mesmo que dure pouco a quietude.
Mas a primeira percepção do meu calor, faz aparecer um sorriso.
E esse instante é como uma eternidade em nós.
Ludmila Barros 🔗 ludmilapb
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